Pessoas de antigamente, de pouca escola, tinham um domínio da língua que muitos não temos hoje.
Com um sorriso maroto, minha tia-avó citava o pai, que nem tinha completado os quatro anos do primário, pra protestar contra as mulheres que se diziam gordas por neura feminina:
- Tu és gorda como um bacalhau no rabo.
Frase genial, de causar inveja aos melhores publicitários (eles existem!). De uma só cajadada, meu bisavô comparava a moça à coisa mais magra que existe, o rabo do bacalhau, e mandava que a vaidosa deixasse de ser boba e metesse um bacalhau no rabo.
O outro dito era da minha mãe. Quando a gente pensava demais e enrolava pra fazer o que tinha que ser feito, ela dizia impaciente:
- Vamos cuidar da vida que a morte é certa.
Menino, eu não entendia. "Certo" na nossa casa era apenas o antônimo de "errado". Não tinha o significado de pronto, do que não tem o que cuidar ou aprimorar, por acabado.
Um primor.
.
2 comentários:
Entre um corte masculino com navalha e uma escova longa feminina bem modelada, me deparo com a tela de meu juràssico notebook desse primor-texto do xarà. Fico feliz em saber que nao se faz xarà como antigamente. Vou recolher o cabelo do chao do ùltimo cliente, afinal lugar de cabelo é na cabeça ou no lixo.
Oh xará!
Pra receber visitas como a sua é que vale a pena rabiscar blogue!
abraço
Postar um comentário