segunda-feira, 4 de abril de 2011

Quando se tem convicção

Na repartição tinha (havia) um senhor bom de português. Muito rigoroso, corrigia todo mundo, não por arrogância, mas por vício de décadas de magistério.

Voltando do almoxarifado, uma colega falou: - não tem mais borracha.

Ele mandou professoral: - já te falei que não é "não tem", mas "não há" que se fala.

- ah, Fulano, depois do 'tinha uma pedra no meio do caminho' do Drummond, esse uso ta mais do que autorizado, socorri a moça.

Ele olhou pra cima como quem se lembra e sentenciou: - eu nunca vi nenhuma graça nesse poema!

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PS: Há (tem) uma outra autorização pra lá de talentosa desse uso: Ou então felicidade / É brinquedo que não tem ("Boas festas" - Assis Valente)

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