sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A areia de Borges

Eu tinha escrito na postagem anterior, aí embaixo:

" Quando eu tinha quinze, desisti do rock. Acho que fiz bem, o rock envelheceu rápido e eu ia ficar na mão antes dos quarenta.

Fui pro samba! Esse sim, eterno!"


Mas acho que não é verdade. Mudei. Ficou assim:

"Quando eu tinha quinze, desisti do rock. Acho que fiz bem, o rock dizia pouco pro meu jeito de brasileiro interiorano.

A arte universal (exceto em raras e maravilhosas exceções) é como um lago de 15 centímetros de profundidade e muitos quilômetros quadrados de superfície. Um volume imenso de água.

A arte mais ligada a uma determinada cultura tem superfície muito menor, mas vai a centenas de metros de profundidade. Um volume de água bastante inferior, mas, pra quem mergulha nessas águas escuras, de infinitas possibilidades.

Fui pro samba! Este sim, da minha aldeia!"


Em blog, a gente publica e despublica, mais ou menos como em "O livro de areia" do Borges.

.

Nenhum comentário: