terça-feira, 17 de março de 2009

Português de Portugal?

O lado português dos meus ascendentes, o que veio da mãe, responsável por 50% do que tenho aqui, era (e minha mãe é) bastante melancólico, confirmando a regra.

Mas também é formado por pessoas gentis, habilidosas na língua de vocabulário solene na dose certa.

Minha mãe, senhora que é, não faz cocô, que é coisa de criança; não defeca, que é coisa de médico; não caga, que é coisa de homem; e não faz número 2, que não nasceu ontem.

A respeitável senhora, se tudo corre bem (sabe como são as mulheres nessas coisas), VAI DE CORPO.

É assim: "veja, filho, já faz três dias que não vou de corpo".

Já perguntei, ninguém mais conhece. Será expressão da terrinha?

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sábado, 7 de março de 2009

Perdão em excesso

O amor redime.

Está num monte de histórias escritas e filmes de amor. O cara é um crápula, começa a amar e logo tá todo mundo chorando por ele.

O maior exemplo de que me lembro é o King Kong. Por causa do grande amor e dos imensos olhos tristes do macacão, todos derramam baldes de lágrimas entre as cadeiras do cinema e maldizem a civilização que tratou tão mal o apaixonado. Nos nossos dias de preservação ambiental, a crueldade parece ainda maior.

Ninguém se lembra que, nos séculos anteriores à chegada da loira, o gorilão exigiu dos pobres nativos, todos os anos, que entregassem sua moça mais linda para comer por via oral.

Enquanto todos choravam em Nova Iorque, havia festa na aldeia.

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