sábado, 17 de maio de 2008

Escondidos nas supermáquinas

A televisão americana produziu e produz muitas séries interessantes. Bem escritas, divertidas, ótimos atores, ótima luz, ótimo ritmo, esse gênero da televisão deles é (dezenas de vezes) melhor do que a nossa auto-adulada produção.

Mas também existem péssimas e uma das piores era a supermáquina.

Era um carro idiota que andava sozinho ou guiado por um rapaz que não precisava de capacete, pois seu penteado esférico já cumpria a função. Como os inimigos não podiam saber se havia ou não motorista ao volante, os vidros tinham que ser escuros para quem olhava de fora.

Preta na pintura e nos vidros, a supermáquina era ridícula e implacável.

Exatamente como os carros com insulfilmes que circulam agora. Há um limite legal para a opacidade dos vidros, mas ninguém o observa e acho que ninguém multa, já que continuam completamente negros.

Pedestres nunca sabem se os motoristas (que deve haver lá dentro) os estão vendo. Os guardas do trânsito não sabem se o que guia está tagarelando no celular. A polícia nem sabe se há um passageiro amordaçado e amarrado por um seqüestro.

Não se pode mais pedir a vez, nem agradecer uma gentileza, nem perguntar um caminho, pois ninguém é idiota para falar com um carro que anda sozinho.

A única vantagem é que ninguém briga com um motorista inexistente.

2 comentários:

Emilia disse...

é, vamos nos fechando em nossos castelos...

.patrícia disse...

nem cara feia,
nem cara fechada.

nem sorriso,
nem canção.

Agora um convite!
FECHE O GUARDA-CHUVA...
DEIXE-SE MOLHAR!

Participe do Sarau virtual do Mecânicos de Guarda-Chuva!
Parece propaganda, mas pra nós é a festa de 1 ano.
:)

Textos, contextos, pretextos, fotografias...

Se resolver, pode mandar pra mim:
pati.pg@gmail.com

Até mais,
.patrícia