sábado, 26 de abril de 2008

Coisas que não mudam

Uma das dificuldades de ser brasileiro (dizia o Tom que o Brasil não é país para principiantes) é a sensação de que vários problemas fundamentais se perpetuam.

Quando o Chico fez a letra de Pivete para a música do Francis, ela tinha esse verso: "Agora ele se chama Emersôn" (a tônica caía assim, no final do nome do corredor, em uma licença poética de mpb).

Anos se passaram, a música foi regravada com um acréscimo ("ahhh, monsier have money pra manjar?") e o campeão foi trocado: "Agora ele se chama Ayrtôn".

Veio outro campeão e nada mudou, só a música.

E não foi só um. Houve um campeão entre os dois (Nelsôn), que nem foi citado. Três hiper-vencedores de fórmula 1 e os pivetes continuam os mesmos pivetes.

sábado, 5 de abril de 2008

Coisas de que me lembro sem usar os neurônios ou Os sentidos


1) O cheiro da cama de meus pais, quando me aceitavam entre eles logo pela manhã.

2) O paladar da pizza de pizzaria, tão distinto de tudo o que conhecia, por causa do azeite inexistente na mesa de nossa casa.

3) Os sons de Volta por Cima, que até hoje não sei onde guarda tanto encanto.

4) A sensação da firmeza da primeira cintura de moça na dança de garagem, pobre ignorante, um de três irmãos homens.

5) Os profetas do Aleijadinho contra o céu azul, de se cortar com faca, de Congonhas do Campo.

Comunicação impossível

Certa vez me disseram: visitei sua cidade e não gostei nada, lá o sol nasce do lado errado.

Desde então, sei que as pessoas apenas acham que se comunicam.