segunda-feira, 21 de abril de 2014

Bits e bytes

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Tenho só 54. Não é pra caracterizar, é pra contextualizar.

Minha primeira experiência com computador foi com cartões perfurados. Um cartão pra cada frase de programação. Muitas vezes não tinha tinta, a impressão no rodapé ficava ilegível, e a gente tinha que decifrar o erro de digitação nos buraquinhos. Mas era poderoso! Matava os trabalhos repetitivos, nosso sonho.

Passei pelo disquete mole de 8 polegadas (todo um mestrado está num deles, alguém tem leitora). Pelo  de 5e 1/4, pelo de 3 e 1/2 e pelo disco rígido nem tão rígido: bastava erguer o micro  pra limpar a mesa e ele se desformatava! foi bom, aprendi a importância de backup.

Passei pela tela verde, pelo AutoCad sem mouse, dei curso de Lotus 123 (o gênio que inventou a planilha, alguém sabe quem é?)

Sou encantado pelo wireless, pelo laptop! não gosto de ficar, quero andar pela casa. O tablete? bem o tablete é a primeira máquina civilizada da história da informática: nenhum fio, nenhum periférico, vai pra cama com você, nem precisa de luz de cabeceira, traz a própria. Um dia (loguinho claro) todo lugar vai ter sinal rápido e vou ver "e la nave va" na praia.

Gosto de conversar com as pessoas, só gosto de solidão quando a quero. No ponto de ônibus, na fila do banco, na sala de espera do médico, no metrô (quem achou que a gente gosta de andar no buraco?) é bom ter a possibilidade de "sair dali" e papear com um amigo. Já fazíamos isso com os amigos de todos, os escritores, por que não fazer também com aqueles que a gente conhece de perto?




















Agora tem PhotoShop, que salva as fotos que o laboratorista destruiu com má revelação. Tem software de editoração pras capas dos livros dos amigos. E tem esse programa (Paper Artist), que torna a foto da gente uma pinturinha como esta. Dá pra brincar de Toulouse Lautrec, não no Moulin Rouge, com vinho, mas no restaurante japonês depois de secar a cerveja.

Tenho só 54 e vi tudo isso.

Se com a tecnologia vem coisa ruim? Claro. Como veio com o fogo, com a roda, com a máquina a vapor, com o rádio, com a televisão. Tem que ficar de olho.

Mas é divertido brincar de Toulouse, mesmo sem cancan.

Quando tiver 64 volto com as novidades dos últimos 10 anos. Serão muitas.
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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Tempos



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Quando as velas iluminavam a noite da família, da flatulência não vinha discórdia.
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