Difícil não gostar de cavalos.
Pra quem conviveu com eles, os escovou ou pintou, e pra quem só os viu. Como não gostar dos olhos enormes, da crina, dos músculos? da cauda caudalosa de fios que sacode no passo? Até na nuca das moças gostamos de rabo de cavalo.
Como não gostar do trote e do galope do baio, do alasão ou do pampa engraçado? quem não vai gostar de cavalos? quem, criança, se não teve, pelo menos não imaginou ter um, até no apartamento? quem não imitou com a língua e o palato o cla-clô cla-clô cla-clô, aqui mal escrito, dos passos de alternância complexa de patas duras?
O bicho do carrocel nem precisava de mais motivo pra ser amado, mas foi escolhido pra tarefa moderna, celestial, da equoterapia. E aquele que pouco tem de corpo sente o resfolegar e o tum-tum do coração do gigante sob si.
Difícil não gostar de cavalos.
Mas por que diabos a polícia tem cavalos?
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