segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Hora de verão

As mudanças do tempo são paulatinas. Como o próprio tempo.

Antes dos relógios, o momento de acordar vinha com o primeiro raio de sol que iluminava a cama. Desde o inverno, a cada dia um pouco mais cedo. Passo a passo.

Agora a mudança é uma hora de uma vez só. De sopetão.

“Como é bom o horário de verão. O trabalho já acabou e o sol ainda está lá.”

Até é verdade, quando se olha de uma ponta. Visto da outra ponta, de quem acorda na madruga, quando estava pra chegar o momento de acordar na luz, adiantam o dia e fazem o despertador gritar de noite novamente.

E aquela gente que pula cedo, que abre os negócios, que limpa as salas, que vai de ônibus, sai no escuro com todo o sono e a insegurança que vêm junto com a hora a menos.

Mas se economiza energia. Elétrica. E a tarde das compras fica mais bonita. É o que importa. Afinal quem decide adiantar os ponteiros não vive a mudança brusca. Acorda no frescor da nova manhã e pode, sem que nenhum chefe puna, atrasar o início do trabalho nas primeiras semanas, enquanto se acostuma. Paulatinamente.

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