Antes dos relógios, o momento de acordar vinha com o primeiro raio de
sol que iluminava a cama. Desde o inverno, a cada dia um pouco mais cedo. Passo
a passo.
Agora a mudança é uma hora de uma vez só. De sopetão.
“Como é bom o horário de verão. O trabalho já acabou e o sol
ainda está lá.”
Até é verdade, quando se olha de uma ponta. Visto da outra
ponta, de quem acorda na madruga, quando estava pra chegar o momento de acordar
na luz, adiantam o dia e fazem o despertador gritar de noite novamente.
E aquela gente que pula cedo, que abre os negócios, que limpa as salas, que vai
de ônibus, sai no escuro com todo o sono e a insegurança que vêm junto com a
hora a menos.
Mas se economiza energia. Elétrica. E a tarde das compras fica mais bonita. É o que importa. Afinal
quem decide adiantar os ponteiros não vive a mudança brusca. Acorda no frescor
da nova manhã e pode, sem que nenhum chefe puna, atrasar o início do trabalho nas primeiras
semanas, enquanto se acostuma. Paulatinamente.
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