Exceto quando mata a saudade daqueles que de outra forma não vemos mais, quase nunca o sonho é prazeroso.
Pelo menos os meus, sonho tem mania de ser confuso, muito além do limite da folia: começa com uma coisa boa e a interrompe na hora h; mistura situações absurdas; ou nos põe em enrascadas, pelados no lugar errado.
Quase nunca tem o sabor do doce xará, mas ainda assim dizemos coisas como um “sonho de liberdade”, "a casa dos sonhos", “sonho de valsa”.
Pouco importa se, depois da liberdade, vem uma situação de sinuca, ou se as torneiras da casa vertem o que não devem, ou se pisamos no pé da moça. Todas as expressões em que aparece são positivas. Pra falar do negativo não se usa "sonho", a regra; mas o primo mau "pesadelo", a exceção.
É que sonho é esperança, imprevisível como poucas vezes a vida é. Como nele tudo pode acontecer, das formas mais mirabolantes, a felicidade sempre tem uma chance.
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(*) Pra Luciana Garbellini
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