Desde os 12, faz 54, conserta corpos e lentes das câmaras
fotográficas. Começou com o pai. Hoje já cuida das digitais, “só as profissionais”, mas ainda as pensa
piores. Bem piores. Não têm profundidade de campo, os grãos são muito grandes e morrem cedo.
“Os 20 anos das antigas, nem pensar.”
A oficina é muito pequena. Olha as lentes com
lentes.
As lentes reduzem o mar, a montanha, a planície, a mulher
bonita, pra caberem nos negativos e agora nos sensores. E, quando essas grandes
redutoras adoecem, deixam por um tempo o mundo vasto e vão se encolher no quartinho e nas
mãos do Celso.
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