Tem palavras que estão surradas. Tão marcadas que ficam proibidas de sair em público.
“Feliz” é uma delas. Precisei escrever “pro nosso povo viver feliz” e me bateu uma bruta vergonha, confesso. No dicionário nenhum sinônimo satisfaz: ditoso (!), afortunado, venturoso.
Botei “feliz”, mas ainda procuro a substituta.
E uma palavra não fica desbotada pela mesma razão dos jeans. Não é por falta de alternativa. Sempre que abro um dicionário novo (um velho que não conhecia), olho a palavra “água”. “Água” não tem estepe, mas pode abusar que ela não se gasta. É como o próprio líquido, que é usado e reusado desde o começo dos tempos.
Amor, feliz, honra. Certas palavras ficam surradas por razões inconfessáveis.
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segunda-feira, 29 de agosto de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Um dia, uma tarefa
O que mais tem no mundo é formiga e injustiça. E uma das grandes é a aposentadoria. Injusta e imprevisível.
Demora décadas pra construir. O dito trabalha todo dia pondo tijolos que têm dimensão variável. Diminuem com o tempo. No início prometem que serão 20.000 tijolos pra erguer a casa de três metros de altura, depois são 40.000 pra casa de metro e meio. Tem que morar encolhido.
Uma hora é a desvinculação do salário mínimo, outra hora o fator previdenciário, depois a idade mínima. Tudo razoável, justificado, fundamentado por mentes louvadas, mas não menos injusto.
E além de injusto é mesquinho, já que é pouco o que aposentado precisa. Só de um dinheirinho suficiente e seguro, mansidão pra olhar formigas.
E de uma agenda pequenina.
"Hoje não posso, tenho que ir ao banco"
"Amanhã estou livre"
"Quarta vou ao médico"
"Quinta é dia de feira"
Agenda de aposentado tem uma linha por dia. As outras atividades? não dá pra escrever em agenda.
Agenda de uma tarefa é coisa que se conquista.
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Demora décadas pra construir. O dito trabalha todo dia pondo tijolos que têm dimensão variável. Diminuem com o tempo. No início prometem que serão 20.000 tijolos pra erguer a casa de três metros de altura, depois são 40.000 pra casa de metro e meio. Tem que morar encolhido.
Uma hora é a desvinculação do salário mínimo, outra hora o fator previdenciário, depois a idade mínima. Tudo razoável, justificado, fundamentado por mentes louvadas, mas não menos injusto.
E além de injusto é mesquinho, já que é pouco o que aposentado precisa. Só de um dinheirinho suficiente e seguro, mansidão pra olhar formigas.
E de uma agenda pequenina.
"Hoje não posso, tenho que ir ao banco"
"Amanhã estou livre"
"Quarta vou ao médico"
"Quinta é dia de feira"
Agenda de aposentado tem uma linha por dia. As outras atividades? não dá pra escrever em agenda.
Agenda de uma tarefa é coisa que se conquista.
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quarta-feira, 3 de agosto de 2011
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Comparações Zero
O Aldir Blanc, fera feríssima na letra de música, é também bom cronista.
Essa primeira é dele e vou chamar de Comparações Zero pra iniciar a série. Não me lembro do comparado, só da comparação.
Gol do Aldir, portanto, só to mostrando o videotape:
"A situação tava mais feia do que sofá da Tamakavi"
.
Essa primeira é dele e vou chamar de Comparações Zero pra iniciar a série. Não me lembro do comparado, só da comparação.
Gol do Aldir, portanto, só to mostrando o videotape:
"A situação tava mais feia do que sofá da Tamakavi"
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