A analogia é do Nelson Rodrigues, como sempre em uma grande frase:
"Uma das figuras obrigatórias desta coluna é a minha úlcera. Com o tempo, porém, criou-se entre mim e a ferida uma acomodação recíproca e total. Trato-a a pires de leite, como uma gata."
Hoje o gastroenterologista proíbe o leite pra sua úlcera.
E o veterinário, pra sua gata.
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quarta-feira, 30 de junho de 2010
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Método
O problema se põe assim: você tem duas paredes nuas e duas prateleiras, uma pra cada. Quatro mãos francesas, oito buchas e oito parafusos, portanto. Muita chance de pelo menos uma bucha ficar bamba, e dois parafusos por mão francesa não admite fracasso, é tudo ou nada, um solto e a prateleira não funciona.
Respire fundo e não deixe de dormir na véspera.
Se a parede for boa, de blocos fixados com cimento, parte do seu drama não existe.
Se for parede de tijolos assentados com barro, daquelas românticas, desista de cara, compre armários de chão, que a probabilidade de um ou dois dos oito furos acertarem um vão entre tijolos é enorme.
Se bem que paredes dessas quase não há mais. Só no mato.
Não seja afoito, furo em parede exige preliminares. Tenha duas brocas. Assim: se escolher bucha 8, fure primeiro com broca 5 ou 6, com a furadeira na posição de impacto, e só depois com a broca 8, desta vez sem impacto. O pré-furo garante que a bucha se encaixe justa no buraco. Sonho de uma noite de verão, não é? Foi meu pai quem me ensinou e ele sabia das coisas.
Na dúvida sobre a verticalidade ou a horizontalidade de uma reta, afaste-se, pare e olhe com os olhos. Se parece certo, está certo. Se alguma medida está certa, mas parecer errada, está errada. Ele me ensinou isso também.
Você tem duas paredes nuas e duas prateleiras e já conhece o procedimento para fixá-las.
É um bom princípio, mas onde vai colocá-las?
A certeza das posições das duas que faça tudo harmonioso é onde a porca torce o rabo.
Aposto que você vai errar. Pensar, depois de pronto, que 3 centímetros pra lá é que ficava bom.
Sofra sozinho, não conte pra ninguém.
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Respire fundo e não deixe de dormir na véspera.
Se a parede for boa, de blocos fixados com cimento, parte do seu drama não existe.
Se for parede de tijolos assentados com barro, daquelas românticas, desista de cara, compre armários de chão, que a probabilidade de um ou dois dos oito furos acertarem um vão entre tijolos é enorme.
Se bem que paredes dessas quase não há mais. Só no mato.
Não seja afoito, furo em parede exige preliminares. Tenha duas brocas. Assim: se escolher bucha 8, fure primeiro com broca 5 ou 6, com a furadeira na posição de impacto, e só depois com a broca 8, desta vez sem impacto. O pré-furo garante que a bucha se encaixe justa no buraco. Sonho de uma noite de verão, não é? Foi meu pai quem me ensinou e ele sabia das coisas.
Na dúvida sobre a verticalidade ou a horizontalidade de uma reta, afaste-se, pare e olhe com os olhos. Se parece certo, está certo. Se alguma medida está certa, mas parecer errada, está errada. Ele me ensinou isso também.
Você tem duas paredes nuas e duas prateleiras e já conhece o procedimento para fixá-las.
É um bom princípio, mas onde vai colocá-las?
A certeza das posições das duas que faça tudo harmonioso é onde a porca torce o rabo.
Aposto que você vai errar. Pensar, depois de pronto, que 3 centímetros pra lá é que ficava bom.
Sofra sozinho, não conte pra ninguém.
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segunda-feira, 7 de junho de 2010
Invenção
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