segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Canções

O Parque da Água Branca, aqui em São Paulo, é um belo espaço que lembra sítio. Tem pavão, tem galinha (e seus pintinhos excitados), tem cavalo (e aula de equitação), tem ganso (e bicada) e tem uma casinha de pau-a-pique ou semelhante, onde se vendem cavacas e café de coador (doce como na infância), por um real.

Cavaca é uma delícia de pão, com forma de broa de milho (acho que é de milho mesmo) e recheio de passas, para quem prefere recheado. Pães são bons sem recheio, mas as passas vão bem na cavaca.

Você fica ali sentado em banquinhos de toco de árvore e uns violeiros tocam música caipira. Sabe aquela comoção? Pena não abrir de noite pra que a gente pudesse ver estrelas. Pensando bem, melhor não abrir o parque, já que o céu paulistano não abre mesmo, ou, se abre, tem partículas e luzes demais pros pobres astros que já chegam aqui cansados dos anos-luz percorridos.

Dia desses, um violeiro daqueles cantava O Menino da Porteira:

"Boiadeiro veio tarde, veja a cruz no estradão / Quem matou o meu filhinho foi um boi sem coração" (*)

Mal terminou esses versos, parou, olhou pra gente e sentenciou:

- E esse boi não foi pro curral, não. Foi pro matadouro.

"E o coraaação fica aflito / bate uma a outra faia (**)"

-------------------------------------------------

(*) O Menino da Porteira - Teddy Vieira e Luizinho

(**) Cuitelinho - Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó

.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A máquina educativa

O celular tem uma função pedagógica ainda não explorada: sensibilizar os jovens para a importância da falta na vida das pessoas.

Basta atentar para as situações em que ele fala e escuta: se não falta carga; se não falta sinal; e, no caso dos pré-pagos (esse hífen ficou!), se não falta crédito.

É como computador: bom quando funciona.

.